Memórias: Bocaina, um sonho da infância distante…

Dizem que o melhor aliado do homem é a “memória”, porquanto é o único patrimônio verdadeiramente intransferível. Tudo o mais é efêmero e não redime o coração de quem quer que seja. Sim! Eis aí uma verdade que concordo. Plenamente.

Muitas vezes, meus amigos, observa-se que o destino de uma criatura sofre bruscas mudanças e subverte os caminhos do coração. Ainda que seja injusto, convenhamos, são incontáveis os casos em que a “roda da vida” manipulou os acontecimentos. Seja atropelando sentimentos, seja cerceando talentos ou mesmo modificando o rumo de algumas histórias. Pois é. Sabemos também que o ser humano é detentor de fortes contradições e que a sua busca por uma vida melhor nem sempre logrou êxito. Mário Quintana, o nosso encantado poeta, declarou um dia: “Ah! se exigirem documentos aí do “Outro Lado”, extintas as outras memórias, só poderei mostrar-lhes as folhas soltas de um álbum de imagens: aqui uma pedra lisa, ali um cavalo parado ou uma nuvem perdida, perdida… Meu Deus, que modo estranho de contar uma vida!”

Por sinal, foi por conta de umas fotos antigas que tudo isso me veio à cabeça. Bocaina, esse era o nome da minha pequena “Macondo”! Por certo, não tinha a dimensão da Macondo de Gabriel Garcia Marquez. Contudo, estejam certos, ela não era apenas uma colônia de férias como outra qualquer. Bem mais do que isso, Bocaina foi o grande laboratório que desvendou o imaginário de muitos que ali estiveram. Lá, isso sim! E como estou atravessando uma fase de “inventariar” as muitas passagens que já tive, não poderia deixar este registro passar em brancas nuvens. Afinal, cada um de nós tem lá a sua “Macondo”. E o mais importante é como fazer uso dela junto ao seu imaginário!

 

Fotos: Colônia de Férias da Bocaina, nos anos 60.

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Bocaina2

Memórias: apesar de tudo, o Rio de Janeiro sobrevive!

DA SÉRIE: A VIDA CONTINUA ME SURPREENDENDO!

Pois, então, meus amigos. Não é que após dez anos sem ver o querido Rio de Janeiro, que me acolheu durante 42 anos e me ajudou a começar a “soletrar o mundo”, retornei em janeiro deste ano para uma curta temporada cultural. Comecei visitando o Museu do Amanhã, um projeto sensacional, e tive a gratíssima surpresa de ver que o meu amigo Luiz Alberto Oliveira (extraordinário físico e músico, não sei se nesta ordem!) é o curador da grande exposição que lá se encontra. Meu Deus, que orgulho eu senti em ser brasileiro, por ter vivido no Rio boa parte da minha vida e, acima de tudo, por ter cultivado esta preciosa amizade!

O centro do Rio de Janeiro foi todo revitalizado e assumiu ares de grande metrópole, com transporte moderno e eficiente e pleno de atrações para os inúmeros turistas que visitam a Cidade Maravilhosa. Tanto é verdade, que ali bem ao lado visitamos o Museu de Arte do Rio e, curiosamente, descobri que até mesmo uma “armadilha para prender disco voador” foi algo já pensado, vejam vocês…

Depois disso, abraçado pelo “verãozinho” do Rio, só mesmo um almoço bem refrigerado na Cantina Buonasera, no Barra Shopping (indo até lá de Metrô e depois BRT: um luxo!). Gabriel, meu filho, ficou encantado com a facilidade do “ir e vir” carioca!

Todos sabem dos problemas que o Rio de Janeiro está enfrentando. O que esses pilantras fizeram é algo abominável, profundamente desleal à cidade que, apesar de tudo, continua recebendo a todos com carinho e bom humor. Dias melhores ao Rio de Janeiro, é o que posso desejar!

 

Jazz: a importância dos “minstrels”.

Nos meados do século XIX, havia uma grande moda na música dos negros do sul dos Estados Unidos: atores brancos pintavam o rosto de preto e faziam imitações de danças e cantigas das fazendas do Sul. De forma quase sempre jocosa, esses atores contavam piadas e representavam os “crioulos”. Era o início dos irreverentes espetáculos dos “minstrels”, uma forma de divertimento que viria a imperar nos palcos americanos durante mais de cinquenta anos. Seguramente, nos dias de hoje, pouquíssimas pessoas tiveram a oportunidade de assistir aos autênticos espetáculos desse gênero. Sendo assim, fica difícil imaginar o papel que tais shows desempenharam na vida americana. No entanto, sabemos que diversas companhias ambulantes de “minstrels” percorriam as cidades e aldeias, levando na bagagem um mundo resplandecente, melodioso e bem-humorado a plateias ávidas de entretenimento. Por isso mesmo, a chegada de uma companhia, sempre anunciada com cartazes espalhafatosos, provocava um verdadeiro delírio nas pessoas, até mesmo nas aldeias mais pacatas. No início, todos os “minstrels” eram brancos, mas, no fim da Guerra Civil, também os negros formaram suas próprias companhias. Aliás, se pensarmos bem, era uma baita ironia: atores negros imitando os seus “imitadores”!

minstrels

Jazz: “Black is beautiful!”

Há quem acredite que os negros são dotados de um senso rítmico especial e inato. Segundo esses, a música tem um balanço diferente em todos os lugares onde os negros são maioria. Pode bem ser verdade. Porquanto a música negra é mais cadenciada, mais corporal e, ironicamente, bem mais alegre. Irônico, porque, convenhamos: para sublimar séculos de escravidão e muitas dores, eles tiveram que “rebolar” um bocado. Literalmente! E como consequência, tornaram-se os reis do suingue, da espontaneidade e até da malícia na arte rítmica. A “grande herança” sempre foi transmitida de uma geração a outra, muitas vezes, clandestinamente. Eram tempos difíceis. Tempos em que os homens, as mulheres e as crianças usavam a música e a dança como expressão de “fala”. E o que aquelas palavras diziam, meus amigos, inexoravelmente, eram apelos por liberdade e justiça. Um clamor que o homem branco teve muita dificuldade para entender. Como castigo, viu-se obrigado a reconhecer o enorme valor da arte negra. Arte baseada no ritmo e na melodia, nas letras das canções e nas danças… enfim, arte nascida dessa maravilhosa negritude! E foi preciso muito, muito tempo para que um dia um branco dissesse: “Black is beautiful”!

Jazz

 

Disco: CD “Paraíso”, com Gerry Mulligan e Jane Duboc.

Sem nenhuma cerimônia, eu confesso: sou fã incondicional de Gerry Mulligan. Minha Nossa Senhora, como ele toca meu coração. Como me emociona. Sempre!
No entanto, vejam vocês, há quem o considere “bem comportado” demais… Talvez por que seja um “branquelo”, inda por cima com pinta de sueco! Mas, calma aí, minha gente. “Tadinho” dele. Na verdade, Gerry Mulligan é americano, e de Nova Iorque. Estudou música na Filadélfia. Trabalhou no grupo de Miles Davis. Formou um quarteto fenomenal com a parceria de Chet Baker. Ufa! Ou seja, seu pecado, se é que houve, foi não nascer crioulo!! Aliás, há uma gravação dele com o Astor Piazzolla, intitulada “Summit” (“Reunión cumbre”, em espanhol), que é uma coisa do outro mundo. Antológica. Para ficar definitivamente na história! Lembro até que uma das faixas do disco, precisamente “Years of solitude”, foi o tema-canção da extraordinária peça de teatro “O beijo da mulher aranha”, baseada no homônimo livro (e igualmente sensacional) do escritor Manuel Puig. Pois muito bem… Apaziguadas as partes, vamos ao que interessa. O disco tem o vocal da nossa maravilhosa Jane Duboc e se intitula “Paraíso”. Céus! Nunca um nome foi tão feliz quanto esse. Pois quando ouço a Jane cantar “Bordado” é exatamente lá que me sinto! Nos braços dos arcanjos, que podem tocar cítaras ou saxofones, não importa. Basta que embalem meu sono e me façam crer que a “derradeira” viagem não será tão ruim assim… Com sorte, talvez eu venha a ser tão acalentado como em “Tarde em Itapoan”… Licença, meu Senhor?

PS.  Este texto é dedicado ao extraordinário músico, Fidel Piñero, que toca um baita trompete. Saravá, irmão!

https://www.youtube.com/watch?v=KRqUczwsmy4

 

Gerry Mulligan

Cinema: filme “Amores brutos”, de Alejandro Gonzalez Iñarritu.

APENAS  UMA  HISTÓRIA…   –  Parte 1 / 2

Uma coisa eu asseguro a vocês: os filhos não saem iguais, por maior que seja o esforço dos pais em dar tratamento semelhante!

Daquela numerosa família, o que mais me chamou a atenção foi “Canelau”. Eta, moleque diferente! É bem verdade que ao conhecer a história dele passei a ter dúvidas sobre o conceito de força ou fraqueza. Hoje eu acredito, minha gente, que isso é algo muito sutil. Algo que os pais não costumam transmitir e tampouco se aprende nas escolas. No fundo, é bem possível, somente a vida consegue ensinar!

O que posso afirmar, sem medo, é que aquele garoto franzino me botou numa “sinuca de bico”, pois me vi, pela primeira vez na vida, tentado a acreditar em “espíritos e entidades”. Eu explico, meus amigos.

É que Canelau vivia me falando das “conversas” que tinha com o falecido irmão, Luciano. No início, confesso: não dei muita bola para essa história. Achava que era apenas mais uma fantasia de criança, essa coisa de brincar com “amiguinhos fictícios”. Mas, de alguma maneira, eu sentia que aquilo mexia comigo. E não sabia nem como nem por quê!

O tempo foi passando e ele, Canelau, ficava cada dia mais esperto, extrovertido. Estampava uma alegria que, muitas vezes, eu desejava saber o motivo, uma vez que a vida não era nada generosa com ele e os seus. O fato é que ele aprendia muito rápido as “malandragens” dos jogos, das tarefas da escola e dos relacionamentos com os amigos. Na hora do aperto, aquele menino conseguia manter a calma e descolava a necessária resposta. Sempre. Só vendo!

Até que um dia, inesperadamente, Canelau saiu de casa. Muitos anos se passaram até que eu o reencontrasse, já com quarenta anos de idade. Acompanhado por um belo cachorro, contou-me que havia se engajado em diversos “movimentos” e que viajara bastante, fazendo alguns “cursos”. Quais? – eu perguntei. Ele, porém, não respondeu. Creio que nem era preciso.

Saímos daquela praça e caminhamos um bocado. Conversamos longamente sobre muitos assuntos. E eu pude perceber que a expressão dele era bem diferente daquele menino franzino que conheci e, quem sabe, estivesse sepultado para sempre…

Somente ali, meus amigos, eu me dei conta de que tinha ao lado um “livre pensador”. Sim! Percebi, também, que as heranças de cada um nem sempre determinam o destino da pessoa. Por tudo isso, devo confessar: eu celebrei o encontro com aquele “homem”. Afinal, na minha frente havia mais uma criatura que se “libertara”. Um indivíduo especial, sem dúvida, e que possuía um olhar voltado para além dos triviais assuntos ou motivos.

(continua)

perros

Cinema: filme “Amores brutos”, de Alejandro Gonzalez Iñarritu.

APENAS  UMA  HISTÓRIA…   –  Parte  2 / 2.

Canelau me disse que estava ali para visitar a família e “quitar” antigas pendências. Com sorte, quem sabe, conseguiria ele se desatrelar de antigas “bolas de prisioneiro” que arrastara por muito tempo, sem culpas, mágoas ou remorsos?

Tempos depois, vejam vocês, não é que eu descubro que ele virara um cineasta consagrado e que os cursos que nunca quis declarar quais eram, foram todos ligados à sétima arte. Ah, só vendo a cara de espanto que fiz quando vi o seu nome no letreiro do cinema do bairro: “Amores brutos”, de Alejandro Gonzalez Inarritu, o meu querido Canelau!
A história do seu primeiro filme é “impactante”. Impiedosa, até. Visto que as linguagens cênicas, aliadas ao forte texto, são brutalmente extraídas do “submundo” do inconsciente coletivo. Ou, sabe-se lá, tenha emergido do recorrente “desconsolo” presente na memória afetiva de Canelau. Quem pode garantir?! E será que isso realmente importa?

Para Alejandro, sim! Porquanto pôde “expiar” o passado, utilizando as ferramentas acumuladas ao longo da vida. Em vista disso, ele agora não se sente mais perseguido pelos antigos fantasmas. Canelau, minha gente, adquiriu o direito de remir o “maldito estrangeiro” que carregava no peito, como bem descreveu Albert Camus. De agora em diante, Canelau é um cidadão do mundo!

Aliás, faço aqui um reparo: não foi do romance “O estrangeiro”, de Camus – que me lembrei quando assisti ao filme. Na verdade, o filme me remeteu a outro livro do escritor argelino: “A queda”. Este, sim, é o retrato mais duro do “universo do absurdo”, de Camus. Em cada cena do filme, parecia até que eu relia aquela consagrada novela: “O meu acordo com a vida era total: eu aderia ao que ela era, de alto a baixo, sem nada recusar das suas ironias, da sua grandeza, nem das suas servidões”.
Pois é… Se por um lado o filme nos deixa acuados pela forte temática, por outro, ele redime alguns “pecados íntimos”. Mas, quem há de confessar qualquer “desvio”? Quem admite destampar o porão da memória? Quem?!

Alejandro conseguiu isso à medida que trouxe de volta as “conversas” com o falecido irmão, Luciano. Acredito até que tenham sido diálogos difíceis. Mas, pelo visto, ele soube tirar proveito. A prova disso está no impecável trabalho produzido. Com talento e arte, ele soube expressar as tantas perdas ocorridas em sua vida. Tanto é verdade que ao final do filme ele dedica a história ao irmão ausente. Investido de coragem e respeito, reconhece: “A Luciano, porque também somos o que perdemos…”

Canelau       Zeo

Canelau                              e                                 Luciano

 

 

 

Disco: CD “We get request”, com Oscar Peterson.

Eu já escutara diversas vezes dos amigos que os filhos recebem de seus pais todas as atenções do mundo. Lá, isso é verdade! Para se ter uma ideia, quando soubemos que o Gabriel surgiria em nossas vidas, eu e minha esposa construímos toda sorte de planos para o “rebento”. E foi aí, nesse exato momento, que eu me dei conta de como eles “movem” nossas vidas… Logo de cara, podem acreditar, Gabriel me fez parar de fumar. Convenhamos, isso já se constituía em uma verdadeira “revolução” em minha vida, uma vez que eu já tentara mil planos que naufragaram muito ao fundo ao longo dos 30 anos de tabagismo!

Depois disso, diversas outras situações ocorreram e nem conseguiria descrever aqui. Lembro, ao menos, da mudança do sono, que até então era pesado e profundo e, após o nascimento dele, mudou completamente. Bastava um leve murmúrio do pequenino e eu já estava de prontidão ao lado do berço…  Impressionante!

O mundo, então, girou mais um bocado. Gabriel está crescendo e comemorou, em fevereiro, os seus primeiros quinze anos. O melhor de tudo é que ele nos enche de orgulho ao percebermos os traços do seu temperamento e caráter. Como “agravante”, diria o chefe de polícia, eu o “flagrei” esta semana escutando o CD “We get request”, de Oscar Peterson. Céus! Fiquei sem palavras. Atônito. Porquanto eu achava que somente o “rock pesado” fazia parte do seu cardápio.

De fato, meus amigos, o CD é maravilhoso. Peterson vem “beber” a água mais cristalina da nossa inesquecível “bossa-nova”. “Corcovado”, por exemplo, ficou deslumbrante. E ”My One And Only Love” adquiriu profunda emoção. Tocante!

Portanto, proponho hoje um grande brinde: ao meu querido filho Gabriel, pelo “despertar da força” (como diria “Obi-Wan Kenobi”, no Guerra nas Estrelas), ao maestro Tom Jobim que provou ao mundo o talento brasileiro e ao magnífico pianista Oscar Peterson, que referendou o talento…

Abençoados, sejam!

https://www.youtube.com/watch?v=QOEun-58N8o

 

OscarP

 

Cinema: filme “Chocolate”, de Lasse Hallström.

OUTROS  CAMINHOS  MAIS  DOCES!  –  Parte 1 / 2.

 

O meu querido filho Gabriel, no alto dos seus quinze anos, começa a atravessar a adolescência. E nós, adultos, sabemos que a adolescência é uma passagem de muita efervescência, muitos conflitos e, por isso mesmo, o período das grandes transformações. Tenho procurado acompanhar a trajetória dele bem de perto, mas, no fundo, o que me cabe é torcer para que faça a travessia de modo sereno e possa colher boas lições…

De fato, eu digo isso porque comigo não foi diferente. Ainda que já tenha passado muito tempo, eu também tive que desbravar os meus “caminhos” e muitas “voltas” fui obrigado a dar. Não posso garantir que eu tenha alcançado profundo êxito, mas que estou feliz, lá, isso é verdade.

Curiosamente, uma dessas “voltas” que o destino me proporcionou foi-me ofertada por uma antiga namorada, Bárbara. Sem dúvida, uma criatura especial. Permitam-me narrar certo episódio:

Eu era ainda estudante universitário e Bárbara era colega de faculdade. Não demorou muito e os nossos olhares começaram a conspirar. Aí, sabe como é? Dois “aventureiros” perambulando pelo mundo e dispostos a desvendar os “segredos” da vida… Pimba! Rapidinho e estávamos namorando. Surgindo daí uma paixão avassaladora. Coisa linda!
O tempo ia passando, a paixão sempre presente e, assim, os sonhos eram renovados. Até que veio a formatura. Patrocinada pela mãe, Bárbara recebeu uma irrecusável oferta de estágio na Basileia, Suíça. Céus, a euforia do convite logo deu lugar ao “frio” na barriga. É que sabíamos o que representava um ano de separação… Timidamente, apoiei o projeto, mesmo intuindo os riscos.

O coração de Bárbara, tanto quanto o meu, estava superdividido no dia da partida. No entanto, não se pode abrir mão dos “sonhos” e nós sabíamos disso. No caminho até o aeroporto, uma melodia “martelou” a minha cabeça, impiedosamente: “Ne me quitte pas”. Talvez eu devesse cantar… Mas, apenas um longo abraço, envolto em silêncio, selou aquele momento de despedida.

Após seis meses, veio a trágica notícia: o estágio seria prorrogado por mais um ano. Imediatamente, entramos em pânico. “Por que você não vem para cá?” – Bárbara indagou-me com sofreguidão. “Como, se eu já estou dando um monte de aulas no cursinho?” – respondi, atônito e indignado.

Dizem por aí que o “diabo” é mais ligeiro que os “anjos”, porquanto é determinado. Olha, pode bem ser verdade. O certo é que em menos de um mês eu vendi o carro, a linha telefônica e raspei a poupança que possuía. Com a passagem na mão, embarquei para a Suíça. Extasiado!

 (continua)

Chocolate