Meus amigos, vocês não podem imaginar o prazer que tive em reencontrar as belíssimas canções de Raimundo Sodré…
Eta, cabra danado de bom! Desses cuja nordestinidade atravessa o mundo e vai até Paris encantar aquele povo do mesmo modo que nos encantou.
O que sei dizer é que eu sempre me identifiquei com Raimundo Sodré, seja pela visão de mundo que ele possui, seja pela vocação de homenagear os oprimidos com respeito e interesse.
Tudo isso me faz lembrar que nós dois, Raimundo e eu, nascemos com semelhantes destinos e que recebemos a mesma profecia de Carlos Drummond de Andrade. Do meu lado, eu sempre percebi que havia uma sentença a cumprir:
“Quando nasci, um anjo torto / Desses que vivem na sombra / Disse: Vai, Carlos! Ser gauche na vida…”
E do lado de Raimundo, por certo, o destino não era menos carregado de dor e esperança:
“Mundo mundo vasto mundo / Se eu me chamasse Raimundo / Seria uma rima, não seria uma solução / Mundo mundo vasto mundo / Mais vasto é meu coração”
O fato é, minha gente, que cada um de nós seguiu o seu rumo em busca das soluções para as questões que se impunham. E não foram poucas!
Raimundo, mais determinado que eu, conseguiu “romper com o mundo e queimar seus navios”, ainda que tenha pago alto preço por esta coerência. Mas, valeu a pena, isso sim. Quanto a mim, eu continuo “pelejando” atrás dos meus caminhos.
Portanto, obrigado por essa expiação, Raimundo. Abençoado seja!
https://www.youtube.com/watch?v=jLJxpegJTQo&feature=share