OS RIOS DE OUTRAS ALDEIAS

Após muitos anos de uma vida acelerada, muitas vezes de modo bastante frenético, boa parte vivida no Rio de Janeiro, eu acabei me mudando para Florianópolis em busca de sossego e qualidade de vida.

Ainda assim, foi preciso perambular por algumas moradias nessa encantada ilha. Inicialmente, foi na Lagoa da Conceição que ancorei o meu barco. E ali eu tirei a sorte grande e conheci o amor de minha vida. Casamos e tivemos um lindo filho que vem nos acompanhando nessa estrada.

Depois disso, construímos uma bela casa que nos abrigou por mais de uma década. No entanto, por ser um lugar bastante calmo e ermo, atraiu a atenção de quem não devia: os famosos “amigos do alheio”. A ponto de preferirmos morar em um apartamento em outro bairro. Assim, perdemos o espaço e beleza da casa mas ganhamos praticidade e segurança, ainda que a um preço elevado…

Porém, o que eu queria contar é que nesse fim de semana, animados pelo convite de um casal de amigos, fomos conhecer a casa de campo que possuem no município de São Bonifácio, a 90 km de Florianópolis. Meu Deus do Céu, que maravilhosa sensação foi conhecer aquele cantinho sossegado, com direito ao canto dos pássaros e ao som das águas do rio que passa em frente à casa de madeira. Com isso, podíamos apreciar essa beleza de todos os cantos da casa. Até do nosso quarto de dormir. Sim! Um contato pleno com a natureza: a imensa floresta de eucaliptos, o rio da cachoeira e as duas nascentes de águas cristalinas bem aos nossos pés. Quem pode querer mais?!

Aliás, ainda havia um outro motivo para nos deleitar: ao passarmos o fim de semana na casa do Édson e da Renata, que são avós maternos do nosso neto, tivemos a companhia do João Pedro, no auge dos seus sete anos, e do irmão do Édson, o Cristiano, que nos acolheu com profundo carinho.

Ocorre que lá, na casa de campo, não tem Internet e tão pouco rede de telefonia celular ou de televisão. Desse modo, nós ficamos dois dias incomunicáveis. Sendo que, para muitos, poderia ser considerado uma tortura. Contudo, para nós, ah, foi motivo de comemoração essa desintoxicação digital. Porquanto nos ‘obrigou’ a exercer um hábito antigo e agradável: conversar!!

Pois é. O que percebemos é que de quando em quando o ser humano precisa dessa ‘trégua’. Foi bem-vindo o tempo para as conversas, os jogos de bocha e ping-pong e dos desenhos que o João Pedro produziu.

Pudera! Eu e a minha mulher nos alimentamos, durante dois maravilhosos dias, com os sabores e aromas da mãe terra. Portanto, o nosso muito obrigado ao casal Edson e Renata e o sócio (e irmão do Edson), o querido Cristiano. Eles foram os grandes anfitriões dessa jornada…

Publicado por

Carlos Holbein

Professor de química por formação ou "sina" e escritor por "vocação" ou insistência...