O MUNDO DE LÁ E O MUNDO DE CÁ

Desde criança eu imaginava que Nova Iorque era um lugar fora do mundo. Isto porque, convenhamos, uma cidade com mais de vinte milhões de habitantes acaba perdendo a capacidade humana. E o que eles tentam vender como imagem, ah, é do velho sonho americano de que ‘todos têm as mesmas oportunidades’…

Talvez, por conta disso, eu tenha postergado essa visita por tanto tempo. Porquanto preferi viajar algumas vezes para o nordeste brasileiro, até mesmo repetindo algumas cidades. Afinal, o grande banho cultural que me seduzia, certamente, não estava nas terras do Tio Sam!

Contudo, é preciso reconhecer que eles sabem produzir espetáculos, de todas as ordens, não somente os incríveis musicais. E assim, nós do terceiro mundo ficamos com aquele gosto de ‘um dia eu vou conhecer isso de perto’.

O certo é que nós, latinos, despertamos neles alguns sentimentos. Inicialmente, o desprezo pela nossa raça, pois para eles, no fundo, somos todos ‘cucarachas’. Isto porque eles se acham os donos do mundo. Além disso, eles nos percebem como ‘seres alegres e descontraídos’, algo que não conseguem alcançar, em face da rígida formação. Lembro até que no hotel em que estávamos, quase todos os funcionários (muitos latinos) nos recebiam com sorrisos sinceros, uma vez que éramos os únicos que os cumprimentavam e paravam para uma pequena prosa. Algo que americano não compreende o sentido…

Então, se retirarmos do cenário turístico aquelas baboseiras da “Times Square”, encontramos uma cidade bonita, bem-organizada, e com lugares verdadeiramente encantadores. Basta evocar o nosso circuito a pé pelo bairro de Greenwich Village. Foi o que nos levou a conhecer a linda “Little Island” e a pista suspensa “High Line”, capaz de oferecer o passeio mais maravilhoso dessa cidade.

O que eu posso dizer é a minha cota americana de viagens carece apenas conhecer o berço do jazz, minha grande paixão: a icônica New Orleans. Daí, eu terei quitado o famigerado ‘visto americano’. E se alguma chance houver para viajar e as pernas ajudarem, juros a vocês, só a Europa ainda me seduz.

Pelo sim ou pelo não, eu acredito que o mais importante dessa vida é ter alguém ao lado para lhe dar as mãos!