É interessante perceber que nesta vida há um sem-número de movimentos que ocorrem por conta de razões bem estranhas. Algumas vezes, parece até que a história não soube interpretar o evento de modo correto. E com o passar do tempo, esses movimentos foram recebendo incontáveis selos que, à rigor, não se justificavam. Eu acredito que foi o caso daquele enorme protesto estudantil, iniciado a partir do aumento de ‘vinte centavos’ no preço da passagem de ônibus. Céus… quanta confusão!
Também é verdade que a bandeira daquela manifestação popular estava atrelada, inicialmente, aos tais ‘vinte centavos’. Porém, todos intuíam que havia mais coisas em jogo. Sim! É o tal negócio: a imprensa precisava ter a boa ‘manchete’ para vender e os tais ‘vinte centavos’ tinham forte apelo. Daí, então…
Do mesmo modo, já ocorreu semelhante ‘miopia’ em outras manifestações estudantis acontecidas, aqui e lá fora, em eventos dessa ordem. É bem possível que isso se deva por conta da famigerada pressa dos veículos de comunicação. Afinal, eles se alimentam do caráter raso das análises dessas mudanças políticas ou sociais. Nós já vimos isso ocorrer em outros episódios, sempre distorcendo os aspectos ‘sociológicos’ presentes. Lembro, por exemplo, do forte movimento estudantil de 1968, iniciado em Paris, e que se alastrou pelos quatro cantos do mundo, pipocando até aqui no Brasil tupiniquim. O motivo inicial do pleito em Paris, salvo engano, era por mais verbas para a educação!
De fato, quando se analisa com cuidado, é possível observar que por trás da aparente ‘miopia’ na leitura, muitas vezes, esconde-se uma maquiavélica intenção dos ‘Grupos de Comunicação’, mais interessados nessa ou naquela corrente, não acham?!
Talvez, alguém venha me dizer: “isso acontece há muito tempo, Carlos. Desde que o mundo começou a girar”. Tudo bem, eu sei disso. Mas, há sempre quem queira tirar uma ‘casquinha’ desses episódios. Sendo assim, nós precisamos estar atentos para não embarcarmos em canoas furadas… Porquanto, vira e mexe, a gente percebe que ‘eles’ querem empurrar algum produto novo ou ‘maquiado’. Feito aqueles comerciais em que as empresas criam ‘problemas’, até então inexistentes, para venderem ‘soluções’ com seus famigerados produtos…
De um jeito ou de outro, eu entendo que o melhor a fazer é cuidar da nossa vida. Sim! Desligar-se um pouco dessas mídias sorrateiras e se deleitar com os belos livros e filmes, deixando os noticiários da TV descansarem um pouquinho. Quem sabe assim a gente se divirta bem mais e se estresse menos?!

