“NO CORAÇÃO DO BRASIL”

Eu nem precisei ouvir o relato do companheiro Ênio para saber que o ‘cerco’ havia se intensificado. Paciência. No fundo, é preciso aceitar que isso faz parte do jogo. Porquanto o papel ‘deles’ é de nos procurar e o nosso é de se esconder. Então, se pensarmos bem, a vida da gente é assim mesmo, não acham? Em tudo que observamos nesse mundo tem sempre o lado certo e o avesso. Tem o forte e o fraco. O bom caráter e o mau caráter e outras coisas mais que não vêm ao caso… Por isso, nós nunca ligamos para o estardalhaço que eles faziam. Preferíamos, isso sim, permanecer reservados, com poucas conversas. Afinal, nesse ramo de negócio, meus amigos, a ‘discrição’ é fundamental.

Mesmo assim, por precaução, nós resolvemos adotar algumas medidas cautelares, sabe como é?! Nunca se deve pôr em dúvida do que são capazes esses ‘pilantras’. Lembro até quando foi a vez do Berimbau. Só vendo! Eles foram para as rádios e TVs e falaram um monte de sandices. Disseram até que foi a mãe do sujeito que havia dado o serviço, fornecendo informações sigilosas sobre o paradeiro do filho. Puta merda, que sacanagem! Além da injustiça, convenhamos, que mãe deseja ‘entregar’ o filho para polícia? Ainda mais um filho carinhoso feito o Berimbau?! Foi tudo conversa fiada, isso sim. Dona Odete era de total confiança e jamais denunciaria o filho. O que eles queriam, na verdade, era provocar a discórdia entre nós. A velha técnica de nos dividir, semeando desconfianças. Mas, pra cima da gente, não. Nós somos ‘escolados’!

Por sinal, foi Ênio que lembrou o pensamento do livro de Sun Tzu, “A arte da guerra”. Segundo consta no livro: “A guerra é um dos assuntos mais importantes do Estado. É o campo onde a vida e a morte são determinadas. É o caminho da sobrevivência ou da desgraça de um Estado. Assim, o Estado deve examinar com muita atenção este assunto antes de buscar a guerra.”

Pois é. De certo modo, essa questão é até muito simples e não requisita ‘criar planos mirabolantes’. Até porque, a vida em comunidade exige determinadas ‘posturas’, certos compromissos. E quem topa viver aqui, ah, sabe muito bem quais regras deve seguir. E de mais a mais, essa guinada que a vida deu não foi culpa de ninguém. No caso do Chau, vejam vocês, foi ele que escolheu viver assim… Antes disso tudo vir à tona, é preciso reconhecer, Chau era um bem-comportado professor de química, que dava quarenta e poucas aulas por semana, em cinco escolas diferentes… Ainda assim, o pobre coitado vivia endividado, encalacrado até o pescoço. Cheio de empréstimos para pagar! Tudo para oferecer aos pais algum conforto dentro de casa.

Mas não estou aqui ‘chorando pitangas’. É da vida, seu moço! O diabo é que a gente não pode relaxar um minuto sequer. E foi o que na verdade aconteceu. Eu conto a vocês.

Depois daquele último assalto ao Banco Boavista, ali no começo do Estácio, ele me jurou que iria dar um tempo. Afinal de contas, o dinheiro arrecadado foi muito bom: mais de duzentos mil cruzeiros! No entanto, os ‘filhos da puta’ divulgaram que os assaltantes levaram mais de quinhentos mil cruzeiros. Miseráveis! Eles se aproveitam de tudo. Até do roubo alheio, vejam vocês… Seguramente, algum gerente pilantra aproveitou para tirar a ‘casquinha’ dele!

Dias depois do assalto, eu me encontrei com o Chau perto da pedreira, seu local preferido. É que lá de cima ele podia controlar todo o movimento do morro. E ficava, também, horas observando a casa onde vivia Belinha, seu grande amor. Além disso, ele a conheceu no baile da Escola de Samba “Unidos do São Carlos”. E por ser “magrelinha”, sempre que a via subir a ladeiro do morro, Chau colocava para tocar o disco de Luiz Melodia: “O beijo meu vem com melado decorado cor de rosa / O sonho seu vem dos lugares mais distantes / Terras dos gigantes / Super Homem, / super mosca / Super Carioca, / super eu, super eu…” Já Belinha, como que agradecendo ao galanteio, sorria discretamente para ele…

Um dia ele me mostrou os contracheques dos salários. Céus! Somados, não chegavam aos oitocentos cruzeiros e só de empréstimo, minha gente, havia mais de trezentas pratas. Talvez, por isso, ele fosse tão revoltado com o ‘sistema’, uma vez que os donos das escolas, estes sim, iam todos os anos para a Europa passar as férias. E ele, na merda, nunca viajou para além de Muriqui.

Sim. Mas eu estava contando sobre o cerco que a polícia fez. O que posso dizer é que eram mais de dez ‘camburões’ nas imediações do São Carlos. Até aí, tudo bem: nós já estávamos acostumados e sempre tivemos ‘sangue-frio’. Não nos impressionávamos com aquele ‘aparato’ todo. O que não contávamos, porém, era com a ‘deduragem’ de antigos parceiros. E o desgraçado do ‘Pará’, por certo, nunca inspirou confiança na rapaziada. Mas o que é dele, está ‘reservado’!

Ouvimos os primeiros tiros vindos da região da curva da pedreira. Nós nem revidamos, pois não queríamos confirmar a nossa localização para os ‘meganhas’. Passava um pequeno intervalo de tempo e, a seguir, já se ouvia outra série de tiros. Foi quando o Chau cometeu o grande erro. Resolveu pular o muro e ir para a rua de trás em busca de um melhor plano de fuga. Contudo, veio a rajada certeira e duas ou três balas atingiram o peito dele. Caiu do muro já com o olhar perdido…

Talvez, ele estivesse pensando na mãe e na tristeza que ela iria sentir. Ou, quem sabe, lembrasse de Belinha e dos sonhos do casamento nunca realizado?! A melodia, contudo, continuava rasgando aquela cinzenta manhã de domingo: “Deixa tudo em forma é melhor não ser / Não tem mais perigo digo já nem sei / Ela está comigo sonho só não sei / O sol não adivinha, baby é magrelinha / O sol não adivinha, baby é magrelinha…”

O certo mesmo é que ele não teve tempo de ouvir os últimos versos de Luiz Melodia, ecoando de algum lugar: “O pôr do sol / vai renovar, brilhar de novo o seu sorriso / E libertar da areia preta e do arco-íris / cor de sangue, cor de sangue, cor de sangue…”

No dia seguinte, foi lido nas primeiras páginas dos jornais: “MORREU O PROFESSOR BANDIDO”. “APÓS MESES DE CERCO, CAIU O ÚLTIMO BANDIDO ROMÂNTICO”.

No velório, com poucas pessoas, ouvia-se ao fundo: “…No coração, no coração / no coração do Brasil.”

Morro de São Carlos, Estácio, Rio de Janeiro

ZAMENHOF FUTEBOL CLUBE

Se havia um evento que ninguém queria perder, ah, por certo era o dia do divertido jogo de ‘Casados X Solteiros’. Bem… ‘divertido’ talvez não seja o adjetivo mais apropriado. Isso porque, eu era um moleque de pouco mais de dez anos de idade e não atinava para os ‘bastidores’ do jogo. E, segundo os adultos da época, havia muito mais coisas em disputa do que o mero resultado da partida. Por conta disso, todos faziam questão de acompanhar o ‘grande evento do ano’.

Aliás, para início de conversa, eu acho que havia muita expectativa quanto aos desdobramentos do jogo, uma vez que a escalação de cada time era bastante conhecida por todos. No lado dos casados, nem tanto, pois não contavam com muitos craques. O problema estava mais no time dos solteiros que, além de mais jogadores disponíveis, ainda contavam com duas grandes estrelas que ‘desequilibravam’ qualquer partida: Chiquinho e Valmir. O restante do time era formado por Frederico no gol, Luís ‘Maluco’ e Pezão formavam a dupla ‘carniceira’ de zagueiros. No meio de campo ficavam Berimbau e Pará. E o ataque contava com a habilidade de Chiquinho e Valmir!

Já do lado dos ‘casados’, o bicho pegava. Motivo pelo qual a escalação só saía minutos antes da partida. Não que houvesse dúvida quanto à ‘qualidade técnica’ dos atletas envolvidos, pois eram muito fracos e ‘apelavam’ de todas as formas. Permitidas ou não. Contudo, o que eles tinham de sobra era ‘malandragem’, isso sim. Muita astúcia na arte de impressionar o adversário. E até mesmo o juiz!

Com relação à torcida, céus, essa era francamente favorável aos ‘solteiros’, ainda que manifestassem com muita discrição. É que, assim, evitavam atritos com os ‘casados’.

A partida transcorria de maneira tranquila. Calma demais para os padrões esperados. Nenhuma falta grosseira havia sido praticada e nenhum xingamento ao juiz ocorrera. Tudo isso, é verdade, até a hora em que Chiquinho entrou na área, driblou dois beques e deslocando o goleiro, bateu de chapa no canto esquerdo. Um golaço! E como era do feitio dele, pouco comemorou. Abraçou os companheiros comedidamente. Todavia, isso não evitou a intimidação de Ronaldo: “…na próxima vez que entrar aqui na área fazendo gracinha, eu quebro a sua perna!”

Daí, então, o clima esquentou e nós sabíamos que ia dar ‘zebra’ no final da partida. Para tanto, bastou o quarto gol dos ‘solteiros’, um gol contra do Espinelli. A partir daí, minha gente, a pancadaria começou na parte alta da ladeira da Zamenhof. A briga começou entre Ronaldo e Espinelli, irmãos de sangue. E brigavam sem que ninguém apartasse. Até porque, eles eram do mesmo time dos ‘casados’!

A coisa ficou tão feia que, para conter os ânimos exaltados, foi preciso chamar a ‘Rádio Patrulha’. E por ser morador da rua, o delegado Bezerra se encarregou de comandar as ações, requisitando cinco ‘camburões’ para levar os ‘meliantes’ para a delegacia. Aí, começaram os interrogatórios. Concomitantes. Em três salas separadas. Quando tudo parecia que a rapaziada seria dispensada com, no máximo, uma advertência feita pela ‘autoridade local’, eis que surge alguém gritando lá de trás: “tudo isso é para impressionar a loura do quinto andar! Se ela não estivesse na janela observando o jogo, nem aparecia polícia na área. Mas o delegado Bezerra, que anda frequentando outros apartamentos, além do seu, quer mostrar serviço e aprontou essa palhaçada…”

Foi, então, que a ‘casa caiu’! E por conta dessa ‘gracinha’, o fato é que mais de vinte marmanjos dormiram aquela memorável noite nos aposentos da 18ª Delegacia de Polícia Civil, da Praça da Bandeira. Sem direito a água, comida e a visita de advogado ou parente. Um verdadeiro sufoco, isso sim!

No dia seguinte, bem cedinho, já havia uma caravana de pessoas na porta da ‘loura’. Nervosamente, tocaram a campainha. Nisso, ao abrir a porta, aparece a beldade com cara de paisagem. Imediatamente, começou a lamúria. Todos falando ao mesmo tempo e a ‘loura fatal’, após dez minutos do choro das ‘viúvas’, disse apenas: “eu resolvo isso em dois tempos!”

Pois não é que aconteceu, de fato?! O que se sabe é que por algum motivo, nunca revelado, nenhuma palavra foi dita pelos ‘alforriados’. Simplesmente imperou o ‘código de silêncio’. Total e absoluto, minha gente!

Ainda assim, até hoje, há quem pergunte o que ocorreu naquela delegacia? Não foi apurado, muito menos, quais foram os argumentos da ‘defesa’…

(“Canelau” foi uma das testemunhas daquela ‘fatídica’ partida de futebol)

“POR UNA CABEZA”

É bem verdade que eu havia percebido aquela situação desde o primeiro encontro. E isso já faz muito tempo, reconheço. Porém, sabe como a vida é?! Basta uma ‘bobeada’ e a gente se esquece de certas coisas… E no campo emocional, então, céus, é pior ainda. Aí, o bicho pega. Mas, calma aí, minha gente… eu explico tudo.

O ano era 1975. Pela primeira vez eu fazia uma viagem ‘internacional’. É bem verdade que o país ficava bem ao nosso lado: a Argentina. Mas, para um ‘canelau’ feito eu, era como se fosse a Islândia, isso sim. Afinal de contas, a maior distância viajada por mim fora do Rio de Janeiro para Santa Catarina. Ou seja: 1.135 km! Se fosse na Europa, por exemplo, daria para ir de Viena a Roma ou de Budapeste a Turim, vejam vocês.

Contudo, aos 24 anos de idade, o certo é que aquela viagem parecia um sonho para um cearense feito eu. Sentado naquela poltrona do ‘ônibus-leito’, durante o percurso de quase 46 horas, o mundo era todo meu!
Sem considerar as pequenas interrupções para lanches, pode-se dizer que a primeira grande parada foi em Porto Alegre, após 1.570 km e 24 horas de viagem. Ufa! Na rodoviária, desci rapidamente para o banho ‘restaurador’ e fui jantar. Daí, seriam mais 1.310 km de Porto Alegre a Buenos Aires, que consumiriam outras 22 horas pela frente…

Ao chegar em Buenos Aires, com os ossos e músculos bastante moídos, eu só pensava em chegar ao hotel e descansar por algum tempo. O diabo é que fazia um frio de lascar e eu não possuía agasalho adequado para aquele clima. Então, essa foi a primeira providência tomada: dois casacos de ‘cashmere’ para aguentar os passeios pelas largas avenidas de Buenos Aires. Uau… que cidade linda!

No entanto, como dizem por aí, o universo nos testa a todo instante. E não demorou muito para chegar a minha vez. Isso porque, eu havia combinado com a minha namorada que entraria em contato com alguns parentes dela, que moravam em Ramos Mejia, um simpático bairro da capital portenha. Liguei e eles combinaram de me pegar no hotel.

A família se resumia a três interessantes pessoas: a tia Arlete, bem-humorada e comunicativa, o tio Emílio, que era confeiteiro formado na Suíça e Heide, uma linda e jovem universitária de vinte anos de idade.
Eles me levaram para a casa, que mais parecia um chalé suíço, e após o delicioso almoço servido, fomos para a sala conversar. Meu Deus do Céu, que família bonita era aquela: unidos e bem-humorados! Bastante diferente da minha família…

O que mais me impressionou, confesso, foi o grau de intimidade que criamos já no primeiro encontro. De tal modo que, por isso, não estranhei o convite de sair do hotel e me hospedar na casa deles pelos próximos quinze dias das férias.
Eu e Heide criamos rapidamente uma forte cumplicidade, uma vez que ela era estudante universitária de química e bastante politizada. Daí, nós passávamos os dias passeando por todos os cantos da grande capital.
O grande ‘problema’ é que a Argentina passava por uma instabilidade política preocupante, pois dava sinais de que haveria um golpe militar, com a iminente deposição da presidente Isabelita Perón.

Por conta da preparação do ‘golpe’, já se percebia o forte aparato de segurança e repressão. As universidades passaram a ser vigiadas e os líderes estudantis começavam a sofrer ‘sequestros’ e os consequentes ‘desaparecimentos’. O medo imperava em todos os segmentos da sociedade argentina e Heide dava sinais de que entraria no ‘movimento’.
Como eu já vivera algo semelhante no Brasil em 1964, sabia que o futuro seria negro para boa parte dos irmãos argentinos. Lembro até que tentei demover o desejo de Heide ingressar no movimento estudantil. Mas foi em vão. Porquanto ela era uma moça corajosa e bastante determinada. Ainda assim, eu procurei alertá-la sobre os métodos operacionais da ‘repressão’ militar no Brasil. E com um sorriso, ela me respondia que lá seria diferente…
Logo a seguir, eu retornei ao Brasil e ao meu ofício de professor de química. Tentei algumas vezes telefonar para a família argentina, sem lograr êxito. Nunca mais tive notícias de D. Arlete, seu Emílio e da querida Heide. Nem mesmo nas outras vezes que viajei para Buenos Aires, eu desisti de obter notícias deles. Eu sempre arrumava um jeito de visitar Ramos Mejia e passar em frente ao 144 da ‘Calle Garay’. Desafortunadamente, nenhum vizinho sabia sobre o paradeiro da família.

Desconsolado, eu lembrava apenas da apresentação de tango a que assisti ao lado de Heide, em uma casa de espetáculo em Palermo. “Por una cabeza”, era a melodia que retornava com forças em meus pensamentos…

AS PAIXÕES QUE MOVEM O MUNDO

Há quem acredite que o talento extraordinário de um virtuose, de um modo ou de outro, sempre anda de braços dados com a ‘loucura’. Ou que há embutido nele, no mínimo, profunda excentricidade. E mais ainda: dizem até que a capacidade produtiva do artista está intimamente ligada à dor e ao sofrimento. Olha, minha gente, sei não… No fundo, eu desconfio bastante dessas posturas ou teses ‘totalitárias’. Até porque, convenhamos, na maioria das vezes elas se mostram reducionistas. Pobres, até. Isto porque, não se pode julgar a dor alheia, seja ela certa ou errada, justa ou injusta, pois nada disso importa. Sim! Pelo simples fato de não estarmos no lugar do ‘outro’, não é verdade?!

Aliás, poucos sabem que foi Blaise Pascal, famoso físico, matemático e filósofo que afirmou um dia: “O coração tem razões que a própria razão desconhece!” Por conta disso, eu acredito que não me cabe fazer juízo de valor sobre a vida de quem quer que seja. Muito menos, com os ‘virtuoses’, cuja expressão artística deveria ser sempre livre de qualquer cobrança. Ou ‘patrulhamento’!

Mas, calma aí, minha gente. Quando afirmo isso, saibam que não estou endossando ou compactuando com as escolhas pessoais que esses gênios fizeram. Muito pelo contrário. Eu lamento. Profundamente! Afinal, boa parte da vida artística deles consegue ser extraviada por conta das escolhas infelizes. Porém, são os caminhos que ‘eles’ elegeram, independente de qualquer lamento ou repúdio que eu possa externar. São os infortúnios da vida e não há nada que os impeça…

Billie Holiday, por exemplo, de quem sou fã ardoroso, foi uma dessas incríveis criaturas que acabou sofrendo duramente com o envolvimento com as drogas. E ela experimentou um declínio agonizante. De alguma forma, todos nós perdemos muito do seu talento, pois ela nos deixou precocemente, em 1959, com apenas 45 anos de vida. Ah!, foi uma grande perda, isso sim. E no final, todos nós ficamos ‘órfãos’.

No entanto, eu creio que nós deveríamos separar a vida artística da vida pessoal desses talentos. Por isso, eu reconheço que a trajetória de conflitos de Billie foi fruto de uma alma tremendamente sofrida. Afinal, ela possuía muitas razões para se sentir desestruturada. No íntimo, pode-se dizer que o destino de Billie foi um ‘padrasto’ bem mais duro do que ela teve durante a aviltada infância…