Ontem nós chegamos em Florianópolis, depois de oito maravilhosos dias em Maceió. Ah, meus amigos, foram dias inesquecíveis naquela encantada cidade. Aliás, quero deixar aqui os nossos agradecimentos, pois tivemos o privilégio de visitarmos lugares mágicos.
No entanto, sem dúvida alguma, foi navegando no Velho Chico que nós vivemos os nossos melhores momentos. Sim! Em determinadas ocasiões, confesso, eu tinha a nítida impressão de que minha querida mãe, Francisca Jarina, tomava as minha mãos para me apresentar àquele rio…
Isto porque, vejam vocês, curiosamente minha mãe e seus seis irmãos também se chamavam Franciscos: Aírton, Zuleika, Roberto, Ivone, Osvaldo e José. Todos nordestinos. Todos Franciscos!
Talvez por isso, quem sabe, eu tenha recebido tantas energias oriundas daquele encantado rio. Mais do que isso; sinto que ele abençoou a minha nova família: Zelândia, minha esposa e o meu querido filho Gabriel, pois todos também sentiram fortes emoções no passeio.
Em um dado momento, a bordo do catamarã, o guia fez uma comovente saudação de agradecimento ao Velho Chico e colocou, como trilha sonora, uma belíssima melodia de Vangelis, tema do filme “1492: A Conquista do Paraíso”. E eu, como um bom cinéfilo, fiquei tomado de emoção ao me lembrar da cena da chegada da expedição de Colombo ao aportar na ilha de São Salvador. A partir daí, sabemos, dá-se início ao impiedoso massacre dos índios e colonos, retratado por meio das fortes cenas que o imaginário de Ridley Scott construiu com talento e determinação.
A América precisou pagar um alto preço pela sua “descoberta”. Espero que não ocorra o mesmo ao nosso Velho Chico. Afinal, ao alegarem que a famigerada “transposição das águas” ou a construção da hidrelétrica beneficiariam centenas de cidades, no fundo, corremos o risco de “sacrificar” as águas e os peixes que ali estavam…
Vida longa ao São Francisco. Viva o Velho Chico!